sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Organizações da ASA Pernambuco participam de reunião de planejamento para construção de 21 mil cisternas em parceria com o ProRural


Por Mariana Landim – Assessora de Comunicação da ASA-PE

Com o objetivo de planejar as ações que serão implementadas através da execução do Programa Cisternas, desenvolvido pelo Programa Estadual de Apoio ao Pequeno Produtor Rural (ProRural), foi realizada uma reunião de planejamento, ontem (25/10), na sede do ProRural, na cidade de Recife.

Na ocasião, estiveram presentes a equipe que irá coordenar o Programa, o Gerente Geral do ProRural, Aldo Santos, representantes da Associação dos Agricultores e Agricultoras Agroecológicos/as de Bom Jardim (Agroflor), do Centro de Habilitação e Apoio ao Pequeno Agricultor do Araripe (Chapada), da Cooperativa dos Profissionais em Atividades Gerais (Coopagel) e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco (Fetape), organizações que integram a ASA-PE e que serão gestoras do Programa, além de representantes das empresas que fornecerão os materiais de construção e da coordenadora executiva da ASA-PE, Neilda Pereira.

As organizações da ASA-PE foram contratadas para executar serviços de capacitação, assistência técnica e apoio operacional no âmbito do Programa Cisternas. Durante um ano serão construídas 21.000 cisternas de placas, com capacidade para armazenar 16 mil litros de água de beber e cozinhar, em 48 municípios das regiões do Agreste e Sertão do estado. O Programa é financiado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária (SARA), e está previsto para iniciar em novembro.


quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Aula inaugural do Curso de Formação Profissional de Nível Médio em Agroecologia


Experiências do Haiti e Tanzânia são apresentadas no Intercâmbio


Por Nataly Queiroz

Foto: Marcelino Lima
O terceiro dia do intercâmbio internacional sobre agroecologia, promovido por Diaconia em parceria com a NCA, contou com a apresentação das experiências sociais desenvolvidas no Haiti e na Tanzânia. O primeiro país tem um baixo Índice de Desenvolvimento Humano e dificuldades de acessar água limpa e energia. Por isso, o programa da NCA aporta ações que envolvem o uso de energia solar, a construção de biodigestores e promoção da higiene. Depois de um surto de cólera, eles começaram a trabalhar nas escolas com estudantes e professores, que são chamados de “heróis”, para difundir informações sanitárias, sobre água e higiene.

Nas comunidades eles promovem: proteção das nascentes, construção de quiosques com água para lavar as mãos, construção de biodigestores, atos de higiene pessoal e outras ações para promover a saúde coletiva. “O acesso à água limpa é uma importante questão ambiental. Nós estamos tentando promover isso. Diferentes comitês estão sendo treinados para continuar gerindo e mantendo o projeto após seu fim”, disse Gui Carlo, assistente de projeto da NCA do Haiti.

O programa da NCA na Tanzânia desenvolve ações para fortalecer as capacidades locais para promover o desenvolvimento local e produzir conhecimentos sobre o tema. As crenças e ideologias locais, assim como a cultura popular são respeitas e usadas nas intervenções sociais. Isso envolve a formação de comitês locais e caravanas da paz que se utilizam de música, por exemplo, para sensibilizar as comunidades. “Há um importante componente de gênero nas nossas intervenções. 80% dos participantes dos projetos ambientais e de empoderamento econômico são mulheres”, afirmou Albertina, coordenadora da NCA na Tanzânia.

Os participantes do intercâmbio internacional apontaram a importância de fortalecer o debate sobre a gestão (compra e venda) das emissões de carbono dentro da NCA e seus parceiros. Um ponto importante da discussão de grupo foi a criação de estratégias locais sustentáveis. “Nós resistimos a importação de tecnologias porque pensamos que isso poderia causar uma dependência negativa”, avaliou Marcelino Lima, coordenador da Diaconia.

À tarde, os representantes da NCA visitarão outras experiências agroecológicas.

Intercâmbio - O Intercâmbio Internacional para Construção de Conhecimentos sobre Agroecologia é promovido pela Diaconia e pela NCA. O objetivo é trocar experiências e produzir conhecimentos sobre desenvolvimento sustentável, justiça ambiental e direitos humanos. A iniciativa reune representantes da NCA em cinco países (Haiti, Vietnã, Tanzânia, Angola e Quênia) assim como da equipe da Diaconia.

Tecnologias sociais do Vietnã, Angola e Quênia são apresentadas no Intercâmbio Internacional


Por Nataly Queiroz

Foto: Nataly Queiroz
As experiências de Vietnã, Angola e Quênia para o desenvolvimento sustentável abriram o segundo dia do Intercâmbio Internacional sobre Agroecologia. Produção de energia limpa, formas de armazenar água e aproveitar os recursos e conhecimentos locais foram os principais temas da manhã. O representante da NCA no Quênia destacou a importância da energia e do acesso à água para o desenvolvimento sustentável.  O país aplica 80% dos recursos advindos do turismo para comprar querosene, a principal fonte de energia doméstica. “Pobreza energética é o mesmo que pobreza social”, explicou Paul, do Quênia. Lá eles integram estratégias de adaptação e mitigação como a produção de energia a partir do óleo do pinhão branco, integração dos diferentes níveis de fazendas e metodologias de armazenamento de água da chuva.

No Vietnã, a geração de energia através biodigestores é uma estratégia de controle das emissões de CO² e de economia familiar. O programa da NCA no país tem investido amplamente na área. O próximo passo é a criação de fogões solares, que utilizam o sol para produzir a típica sopa de arroz para as escolas. O trabalho com as escolas é um dos focos de intervenção.  O programa também fortalece as capacidades da sociedade civil através de campanhas de comunicação, oficinas de gerenciamento de projetos, de equidade de gênero e sobre mudanças climáticas.

Em Angola, as mudanças climáticas extremas são um desafio para os projetos sociais. Isto porque alteram as formas de uso da terra, forçam a migração dos jovens, causam disputas pela ocupação do espaço e afetam as relações de gênero. “Quando eles perdem capacidade financeira por essas mudanças climáticas, quando, por exemplo acontece uma enchente, que diminui o uso da terra, muitas vezes os agricultores optam por formas de exploração pouco sustentáveis para a terra. Temos muitas tecnologias, mas o desafio é acabar com o círculo vicioso no qual o contexto afeta as pessoas e as pessoas afetam o meio ambiente”, afirmou Sérgio Calundungo, da NCA de Angola.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Mobilização reúne milhares de agricultores/as no Sertão Central de Pernambuco

Por Mariana Landim – Assessora de Comunicação da ASA-PE

Foto: Adriana Leal/ASA-PE
Agricultores e agricultoras familiares das regiões do Agreste e Sertão do estado participaram de uma mobilização na última quinta-feira (18/10), no Ginásio Poliesportivo da cidade de Salgueiro, para cobrar agilidade na liberação das ações de combate aos efeitos da estiagem, assim como alertar o Governo do Estado para os problemas enfrentados nos municípios atingidos pela maior seca dos últimos 40 anos.

A iniciativa foi da Articulação no Semiárido pernambucano (ASA-PE), durante o lançamento do Programa Chapéu de Palha Estiagem, onde estiveram presentes representantes das organizações que integram a articulação estadual, de movimentos sociais, lideranças políticas, secretários de estado, além do governador Eduardo Campos.

As caravanas se concentraram às 9h, em frente ao Ginásio, para aguardar a chegada da comitiva do governador. Na oportunidade, os/as agricultores/as puderam conversar rapidamente com o chefe do executivo estadual, sobre a situação crítica vivenciada pelas famílias agricultoras no Semiárido pernambucano. Na abertura do evento, Eduardo recebeu de presente um chapéu de couro do artesão Irineu do Mestre, e logo em seguida, fez a entrega do primeiro cartão do Chapéu de Palha Estiagem à agricultora Maria Francinete da Silva.

Foto: Mariana Landim/ASA-PE
Em seu discurso, a coordenadora executiva da ASA-PE, Neilda Pereira, reafirmou a importância das parcerias realizadas com o Governo do Estado, como também reforçou a necessidade de agilizar a implementação das medidas emergenciais de enfrentamento à seca. Ao final da fala, a representante da ASA-PE entregou um documento nas mãos do governador, o qual expõe as reivindicações dos/as agricultores/as atingidos/as pelas conseqüências da estiagem.

Na ocasião, o governador Eduardo Campos destacou a importância do Programa Chapéu de Palha Estiagem, fez um comparativo do quadro atual de seca em relação aos quadros anteriores, e encerrou a sua fala firmando o compromisso de atender todas às famílias agricultoras que estão sofrendo em decorrência da estiagem prolongada. 

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Semana do Dia Mundial da Alimentação pode ser comemorada com produção de alimentos saudáveis no Semiárido pernambucano


por Mariana Landim – Assessora de Comunicação da ASA-PE

Na terça-feira, dia 16 de outubro, foi celebrado o Dia Mundial da Alimentação. A data é uma referência à criação da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) em 1945. Com o objetivo de alertar e conscientizar o conjunto da humanidade sobre a difícil realidade de cerca de 800 milhões de pessoas que vivem em situação de insegurança alimentar, há 31 anos, a data é celebrada em mais de 180 países no mundo inteiro.

Em Pernambuco, as organizações que integram a Articulação no Semiárido (ASA-PE) têm uma ação concreta no campo do acesso à água para consumo humano e produção de alimentos, e dessa forma, contribuem para assegurar o direito humano à alimentação, e também realizam um trabalho de assessoria técnica às propriedades rurais, atividade que combina conhecimento com práticas coletivas, e com isso gera bons resultados.

Apesar do atual momento de estiagem prolongada vivenciado pela população da região semiárida do país, diversas famílias agricultoras têm motivos para comemorar o Dia Mundial da Alimentação. No Semiárido pernambucano, por exemplo, agricultores e agricultoras familiares desenvolvem experiências de convivência, a partir de tecnologias de captação e armazenamento de água da chuva, que garantem mesa farta e saudável o ano todo. Através do estoque de água e alimentos, as famílias conseguem superar os efeitos da seca com mais tranqüilidade, e tornam-se referência em suas comunidades.

Vilmar e seu filho cuidando da propriedade
A família de Vilmar e Silvanete é um exemplo disso. Eles desenvolvem um sistema de cultivo agroflorestal na Serra dos Paus Dóias, município de Exu, região do Araripe. A experiência consiste em fazer um manejo que mistura plantas anuais, forrageiras, frutíferas, adubadoras e nativas na propriedade. Nesse tipo de cultivo, não se utiliza fogo, venenos ou adubos químicos. Na propriedade do casal é encontrada uma diversidade de frutas e hortaliças, tecnologias hídricas, além de um banco de sementes e um viveiro de mudas. Esse conjunto de iniciativas contribui para manter o equilíbrio da propriedade e garantir o sustento da família mesmo em épocas de seca.

A família de Dona Maria Viana colhendo alimentos saudáveis 
A uma distância de 170 quilômetros da comunidade em que mora o casal inovador, está situado o Sítio do Vidéu Velho, na cidade de Ouricuri. Lá, mora a família de Maria Viana, que desenvolve uma experiência de gestão de recursos hídricos e quintais produtivos. Essas estratégias garantem água, segurança alimentar e geração de renda para a família durante os 12 meses do ano, já que a agricultora comercializa o excedente da produção de frutas, verduras e plantas medicinais na própria comunidade.

Dia Mundial da Alimentação

O tema do Dia Mundial da Alimentação deste ano proposto pela FAO é Cooperativas Agrícolas Alimentam o Mundo, que pretende fomentar a reflexão sobre o papel que as mesmas desempenham na erradicação da fome, através do abastecimento de alimentos para as populações mundiais. 

Calendário de comemorações

No Dia Mundial da Alimentação, na cidade do Recife, o Centro Sabiá, o Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea/PE) e a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos Pela Vida realizaram um Cine Fórum e um Dois Dedos de Prosa. As atividades foram abertas ao público, e na parte da tarde, foi exibido o documentário O Mundo Segundo a Monsanto, da jornalista francesa Marie-Monique Robin. Logo mais à noite, quem compareceu ao Centro Cultural Correios pôde participar de um debate sobre o tema Cooperativas Agrícolas Alimentam o Mundo.

Nos próximos dias 18 e 19 de outubro, o Centro sabiá em parceria com a Comissão de Sementes do Coletivo Paraibano e Patac, ainda promove três oficinas sobre construção de Bancos de Sementes Comunitários. As atividades contarão com a participação de agricultores e agricultoras, e serão realizadas simultaneamente nos municípios de Riacho das Almas, Frei Miguelino e Bezerros, Agreste Central.

No Sertão do Pajeú, entre os dias 19 e 21 deste mês, jovens apresentarão seus artesanatos da biodiversidade durante o Festival da Rapadura. A Casa da Mulher do Nordeste estará com um estande em parceria com Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), onde serão expostos produtos artesanais dos grupos de mulheres do Pajeú. Já nos dias 25 e 26, haverá uma Oficina do Fundo Rotativo Solidário, como estratégia para garantir segurança alimentar e nutricional, atividade que será realizada pelo Centro Sabiá. 

Ainda na região do Pajeú, no próximo dia 22 de outubro, no município de São José do Egito, a Casa da Mulher do Nordeste, a Diaconia e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais local realizarão um seminário, que contará com a participação de 100 agricultores/as. A atividade terá como tema central a convivência com o Semiárido à luz das questões que envolvem a segurança alimentar e o suporte forrageiro para os animais nesse período de seca. No dia 28, uma panfletagem na feira livre de São José do Egito, encerra as comemorações em prol do Dia Mundial da Alimentação. 


ASA Pernambuco realiza ato público para cobrar urgência nas ações de enfrentamento à seca


Por Elka Macedo e Mariana Landim – Núcleo de Comunicação da ASA/PE

A Articulação no Semiárido pernambucano (ASA-PE) realizará na próxima quinta-feira (18), no município de Salgueiro, Sertão Central, um ato público para cobrar do Governo do Estado agilidade na liberação das medidas emergenciais de combate aos efeitos da estiagem e na implementação de ações estruturantes para convivência com o Semiárido pernambucano. A mobilização acontecerá a partir das 9h, no Ginásio Poliesportivo da cidade, e contará com a presença de mais de mil pessoas, entre agricultores/as, lideranças políticas, além de representantes da sociedade civil organizada, de movimentos sociais e de instituições que compõem a ASA-PE.

Na ocasião, o governador Eduardo Campos estará presente para fazer o lançamento do Programa Chapéu de Palha Estiagem. O público também poderá acompanhar a entrega da Carta do Araripe ao governador – documento construído durante o Encontro Estadual da ASA-PE, que aconteceu na semana passada, na cidade de Araripina. 

A Carta política será entregue nas mãos do chefe do executivo estadual por um representante da ASA-PE, que na oportunidade fará um discurso reforçando o trabalho desenvolvido pelas organizações, e principalmente a situação crítica vivenciada pelas famílias agricultoras nas regiões do Agreste e Sertão do estado. O documento expressa as reivindicações de caráter emergencial e estruturante propostas pela sociedade civil e por agricultores e agricultoras.
  
O acesso à água para o consumo humano e animal, a ração para os animais e o crédito especial para os atingidos pela estiagem, são algumas das exigências emergenciais descritas. Em relação às ações estruturantes, a Carta política revela a necessidade de construção de infraestruturas hídricas e de estoques de alimentos para as pessoas e os animais, desburocratização dos créditos para agricultura familiar, recuperação e ampliação do patrimônio genético (sementes e animais) adaptado às condições de semiaridez, além de um plano de emergência estruturado para futuras grandes secas. 

“Na verdade, o documento que será entregue não traz nada de novo para o governo, apenas reforça a pauta de reivindicações da sociedade civil, mas com o olhar, sobretudo para a conjuntura atual de seca. Isso significa que juntos precisamos avançar em defesa das políticas estruturantes e contra a lógica de combate à seca, já que esta é uma realidade perfeitamente previsível”, explica a coordenadora executiva da ASA-PE, Neilda Pereira.

Bancos de Sementes Comunitários no Agreste de Pernambuco


Por Catarina de Angola (Centro Sabiá)

Na semana em que se comemora o Dia Mundial da Alimentação, agricultores e agricultoras do Agreste Central de Pernambuco participarão de formações para construção de Bancos de Sementes Comunitários, nos próximos dias 18 e 19.  As atividades serão realizadas pelo Centro Sabiá em três capacitações nos municípios de Riacho das Almas, Frei Miguelinho e Bezerros, como ação do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), da Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA).

A proposta é valorizar a importância das sementes crioulas para os/as agricultores/as, ou seja, garantir a segurança alimentar, além da sua autonomia com relação a aquisição de sementes. Ao todo serão 30 pessoas capacitadas. Com a construção dos Bancos de Sementes, as comunidades terão garantidas sementes sem veneno e com condições adequadas de armazenamento durante todo o ano. 

 “É uma questão que a gente já vem discutindo na ASA há bastante tempo, de como avançamos para além da construção das cisternas. Então estamos começando esta ação aqui no Agreste com grande expectativa e a ideia é que essa metodologia possa ser multiplicada. As famílias já fazem isso, mas não todas. E com isso, muitas vezes, ficam dependentes das sementes do governo, que ainda são sementes tratadas com agrotóxicos”, explica Carlos Magno, coordenador do local do Centro Sabiá. 

P1+2 – Além das capacitações para construção dos Bancos de Sementes , o Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), no Agreste, já realizou diversos outros momentos de formação com as famílias de cinco municípios da região: São Caetano, Riacho das Almas, Bezerros, Frei Miguelinho e Santa Maria do Cambucá. De junho até agora já foram realizados dois intercâmbios municipais, um intercâmbio interestadual e dois encontros comunitários. Além disso, até o final deste mês, se completarão 333 pessoas capacitadas em Gerenciamento de Água para a Produção de Alimentos (Gapa) e 167 pessoas capacitadas em Manejo Simplificado de Água para a Produção de Alimentos. 

As formações integram a implementação de 189 tecnologias sociais de captação de água da chuva para a produção de alimentos e criação de animais no Agreste, pelo Centro Sabiá, que integra a ASA. As tecnologias implementadas são: cisternas calçadão e de enxurrada, tanques de pedra, barragens subterrâneas, barreiros trincheira, barraginha e bomba d’água popular. Além disso, as experiências dos agricultores/as estão sendo sistematizadas em boletins e banners, como forma de reforçar a multiplicação do conhecimento deles e delas. 

domingo, 14 de outubro de 2012

Carta política do Encontro Estadual reforça a necessidade de ações estruturantes para a convivência com o Semiárido pernambucano

Documento reafirma compromisso da ASA-PE com os povos da região semiárida

por Higor Gonçalves e Mariana Landim – Núcleo de Comunicação da ASA-PE

Ao final da mesa de encerramento do Encontro Estadual da Articulação no Semiárido pernambucano (ASA-PE) na última quinta-feira (11/10), representantes da ASA-PE fizeram a leitura da Carta política do encontro, no auditório do Centro Tecnológico, na cidade de Araripina, Sertão do Araripe do estado. O documento intitulado Carta do Araripe faz uma avaliação do atual momento de seca vivenciado pelas famílias agricultoras no Semiárido, e defende a implementação de políticas que garantam bases sustentáveis para a convivência do homem e da mulher do campo com a região.

A Carta ainda se contrapõe à concepção do combate à seca, considerando as experiências desenvolvidas por agricultores e agricultoras, que os/as tornam protagonistas do processo de mudanças existente atualmente no Semiárido. O documento também reconhece os avanços alcançados ao longo dos anos, mas cobra do Governo do Estado investimentos voltados para agricultura familiar e para o desenvolvimento rural sustentável. 

Na oportunidade os participantes puderam aprovar a Carta política do Encontro Estadual em plenária. Leia o documento na íntegra:



quinta-feira, 11 de outubro de 2012

ASA PE rumo ao EnconASA: delegação de Pernambuco é eleita no Encontro Estadual

por Adriana Leal – Comunicadora popular da ASA

Na parte da tarde do dia 10 de outubro, no Centro Tecnológico, em Araripina, durante o Encontro Estadual da ASA-PE, no dia 10 de outubro, foi eleita a delegação que representará o estado no VIII Encontro Nacional da Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA). O EnconASA acontecerá em Januária, em Minas Gerais, no período de 19 à 23 de novembro.

Segundo Manoel dos Anjos, coordenador executivo da ASA-PE, oVIII EnconASA é um momento de reflexão sobre a ação da ASA nestes seus 13 anos de vida, olhando para sua trajetória na construção do desenvolvimento, da erradicação da pobreza e, ao mesmo tempo, na perspectiva de discutir e refletir sobre a ação da articulação nos próximos anos. “Trata-se de um movimento para avaliar a caminhada para refletir sobre os próximos passos da rede, e nesse sentido, Pernambuco precisa contribuir com os debates que acontecerão no EnconASA, e para tanto, o Encontro Estadual teve o papel de aquecer e preparar a delegação que irá para o encontro”, destaca Manoel.

A etapa preparatória para o VIII EnconASA vivenciada no estado, ainda contou com a realização dos Encontros Territoriais que aconteceram durante o mês de setembro

A delegação de Pernambuco contará com 27 delegados/as, sendo 23 agricultores/as experimentadores/as. Durante o Encontro Estadual ficou decidido que o estado de Pernambuco será representado pelos seguintes segmentos:

Comissões Municipais
06 representantes
Entidades de Assessoria
15 representantes (coordenação estadual e técnicos/as)
Núcleo de Comunicadores
04 representantes (Mariana Landim, Catarina de Angola, Higor Gonçalves e Elka Macedo)
Movimentos Sociais
02 vagas - MPA e Fetape
Em relação aos agricultores experimentadores ficou definido que Silvolúsia e Vilmar levarão experiências para o VIII ENCONASA. As demais vagas para os/as agricultores/as experimentadores/as que representarão Pernambuco no VIII EnconASA foram distribuídas nos territórios como mostra o quadro abaixo:

Araripe e Médio São Francisco
03 vagas
Sertão Central e Sub Médio São Francisco
03 vagas
Sertão do Pajeú
03 vagas
Agreste Meridional I
04 vagas
Agreste Meridional II
04 vagas
Agreste Setentrional e Central
04 vagas

Carrosséis de experiências promovem troca de conhecimentos entre os participantes do Encontro Estadual

por Higor Gonçalves – Comunicador popular da ASA

O Encontro Estadual da Articulação no Semiárido pernambucano (ASA-PE) retomou as atividades na tarde deste segundo dia (10/10) expondo em plenária os relatos das experiências apresentadas nos dois carrosséis de experiências, que aconteceu durante a parte da manhã – quando os participantes tiveram aproximadamente meia hora para conhecerem cada vivência. Na oportunidade, foram apresentadas temáticas de sementes e segurança alimentar; agroecologia; juventudes e educação no campo; política de Ater; comercialização agroecológica e economia solidária; bem como financiamentos, créditos e fundos solidários.

Os agricultores e agricultoras sistematizaram suas experiências apontando acúmulos, avanços, desafios e perspectivas. Na experiência de soberania e segurança alimentar, o agricultor Vilmar Lermen, do município de Exu, no Sertão do Araripe, compartilhou o uso e conservação das sementes no âmbito da segurança alimentar, de sua própria família. “A geração de renda, o conhecimento das políticas públicas e a produção em consonância com o meio ambiente foi, sem dúvida, um dos grandes avanços que tivemos”, considerou.

Já Dona Socorro, da cidade de Parnamirim, apresentou sua experiência sobre Financiamentos, Créditos e Fundos Solidários. Em 2002, a proposta surgiu a partir de carteira espelhada na metodologia do Fundo de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (Fundaf). “Nosso maior desafio, hoje, é nos prepararmos para fazer a gestão do recurso", apontou.

Do município de Triunfo, a agricultora Silvolúsia trouxe sua experiência em Comercialização Agroecológica e Economia Solidária na Feira Agroecológica de Serra Talhada. "O pessoal fala que a seca é um problema, mas na verdade a seca é um desafio, porque seca tem sempre. Nossa expectativa é aumentar justamente a quantidade de famílias na feira”, disse.

Abrindo a segunda rodada de apresentação das experiências em plenária, Tatiane Faustino, agricultora de Afogados da Ingazeira, no Sertão do Pajeú, contribuiu com a vivência “Mulheres do Pajeú e seus Quintais Produtivos”.  Em sua explanação, a agricultora, que também integra a Casa da Mulher do Nordeste, apresentou a proposta dos quintais produtivos dentro de uma perspectiva de gênero: “o enfrentamento ao patriarcado e à divisão sexual do trabalho, onde as mulheres têm pouca ou quase nenhuma autonomia, ainda é um dos nossos maiores desafios”, disse. “A mulher continua subestimando seu trabalho, se colocando como mera ‘ajudante’ do companheiro, quando a sua jornada é maior, inclusive, que a do homem”, completou.

Trazendo o tema Educação no Campo e Juventude, Dona Quitéria, da cidade de Jucati, pontuou os avanços, sobretudo, na questão da educação continuada. “Foram criados novos vestibulares com habilitação em educação do campo”, disse a agricultora. “A AESA (Autarquia de Ensino Superior de Arcoverde) tem ampliado o tema, realizando oficinas e debates sobre educação do campo para os alunos e professores”, continuou.  Segundo Dona Quitéria, o maior desafio é que a educação do campo garanta a permanência dos alunos em seus municípios.

De modo surpreendente, a experiência “Comunicação e Sistematização de Experiências” apresentou seus tópicos, de modo criativo, através de uma “rádio ao vivo”. Interagindo com os participantes do encontro, os apresentadores Roseana e Edmilson convidaram os jovens comunicadores que compartilham suas experiências por meio do veículo de comunicação rádio. “Nosso grande desafio é garantir a manutenção desses jovens no meio rural”, disseram.


Política de Ater foi o tema que finalizou a segunda rodada de apresentação das experiências em plenária. Dona Cícera, de Serra Talhada, considera que o resgate das tradições e a inserção dos jovens agricultores nos espaços políticos foram os principais avanços. “Já o maior desafio é contar com o apoio governamental e a conscientização das famílias”, pontuou. “Nossa maior expectativa é garantir a continuidade da Política de Ater e o aumento da participação dos jovens nos espaços políticos”, afirmou Dona Cícera.


Os carrosséis de experiências têm a proposta de levar aos participantes novas vivências, facilitando o diálogo entre eles e os próprios protagonistas das histórias. A plenária é o momento onde os agricultores e agricultoras colocam suas impressões sobre os carrosséis. Nesta edição do Encontro Estadual da Articulação no Semiárido pernambucano (ASA-PE), as temáticas dos carrosséis de experiências seguiram o mote central do encontro: “Trajetórias de lutas e resistências para a efetivação da cidadania no Semiárido Pernambucano”.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

ASA Pernambuco e Governo do Estado debaterão desenvolvimento rural sustentável durante Encontro Estadual


por Mariana Landim – Assessora de Comunicação da ASA/PE

O último dia do Encontro Estadual da Articulação no Semiárido pernambucano (ASA-PE) será amanhã, dia 11 de outubro, e os participantes prometem esquentar o debate sobre as políticas de convivência voltadas para a região semiárida do estado. O encontro acontece desde ontem (09/10), na cidade de Araripina, Sertão do Araripe.

O início do encontro está previsto para começar às 8h30, com a formação de uma mesa para discutir a relação do estado com a sociedade civil, na perspectiva de ampliar e consolidar o projeto de desenvolvimento rural sustentável de Pernambuco. Na ocasião,estarão presentes o secretário executivo de agricultura familiar, Aldo Santos; a coordenadora executiva da ASA-PE,Neilda Pereira; o prefeito eleito do município, Alexandre Arraes e também um agricultor familiar da região.

Logo em seguida será realizado um debate em plenária. Ainda na parte da manhã, representantes da ASA-PE farão a leitura e aprovação da carta política do Encontro Estadual da ASA-PE 2012. O encerramento do encontro contará com uma celebração aos 30 anos do Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais, além de uma homenagem à líder feminista rural, Vanete Almeida, que faleceu no último mês de setembro. 

Depoimento de agricultora sobre o encontro

Ouça o depoimento da agricultora Rita de Cássia sobre o encontro.

Encontro Estadual levanta debate sobre as ações estruturantes de convivência com as grandes secas


Por Adriana Leal – comunicadora popular


No primeiro dia do Encontro Estadual da ASA-PE ocorreu o debate sobre asgrandes secas no Semiárido pernambucano, a partir das ações estruturantes e emergenciais voltadas para a região. Paulo Pedro, representante da ASA-PE; Marcos Henrique, do IPA/SARA; Vilmar Lermer, representante dos trabalhadores rurais e Milton Rolin, pesquisador do Instituto de Tecnologia de Pernambuco – ITEP participaram da discussão.

Foram discutidas as questões centrais que remetem à convivência harmônica dos agricultores e agricultoras com Semiárido. “Seca é um fenômeno natural e não se combate. Seca não é para ter emergência. Emergência são fatos imprevistos”, disse Paulo Pedro. Na ocasiãoforam discutidas sobre a indústria da seca, onde alguns grupos se aproveitam da seca para receber grandes dividendos financeiros. Paulo Pedro também tocou em pontos relevantes como a participação da sociedade nas políticas públicas; a criação de um plano estruturado para o período de estiagem e o estoque de alimentos para alimentação dos animais durante a seca.

Marcos Henrique fez menção às ações que o Governo do Estado tem estabelecido na questão da estiagem, como o aumento e o acompanhamento dos carros-pipas na zona rural, o Bolsa Estiagem, do Governo Federal e a distribuição de 20 mil caixas d’água de 1000 litros na zona rural. Marcos Henrique, concluiu a sua fala, se comprometendo em levar as propostas do encontro para o Governo do Estado.

Vilmar Lermer levantou as questões ambientais pontuais da região. “A gente tem que se prevenir. No Araripe, a gente vai precisar fazer umas ações além das que a gente faz hoje. O uso do desflorestamento do polo gesseiro é um grande problema para o Araripe, aumentando as condições de desertificação. Não há respeito às matas ciliares e as reservas legais”, disse Vilmar Lermer, que também falou sobre a conservação da água no solo.

Milton Rolin trouxe à discussão o tema Energia Solar na Produção de Gesso: Renovando Definições, que propõe o uso da substituição de lenha como combustível para a produção de gesso por energia solar, uma vez que a região semiárida apresenta grande potencial de fornecimento dessa fonte. O custo é visto como mais viável e contribui para a redução de desmatamento no Araripe. “Não se faz sustentabilidade sem pensar em longos prazos. Não existe necessidade de usar a lenha para produzir gesso, se consegue até siderurgia com a energia solar. Nós vamos produzir gesso reciclável”, afirmou Milton Rolin. Ao término das colocações propostas ao debate, a plateia colocou uma diversidade de questionamentos para cada ponto levantado, enriquecendo mais ainda a discussão. 

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Programação do 2º dia do Encontro Estadual

No segundo dia do Encontro Estadual da ASA Pernambuco, que será realizado nesta quarta-feira, dia 10 de outubro, a programação continua rica e dinâmica. Confira:

Programação dia 10/10/12


8h - Carrossel de Experiências

  • Sementes Soberania e Segurança Alimentar
  • Agroecologia “Concepções, experiências e política”
  • Educação no campo e Juventude
  • Politica de Ater (construção de conhecimentos)
  • Comercialização agroecológica e economia solidária;
  • Comunicação e Sistematização de Experiências;
  • Formas de financiamentos: créditos e fundos solidários
11h - Apresentação Cultural
12h - Almoço
14h - Apresentação do relato das oficinas
15h - Mesa: ASA/PE e ASA Brasil - Trajetórias de construção (acúmulos, avanços, desafios e perspectivas)
17h - ASA Pernambuco rumo ao VIII EnconASA
20h - Confraternização

Programa de rádio - Saberes do Semiárido nº 01

Programa de Rádio Saberes do Semiárido, que está sendo realizado pelo Núcleo de Comunicação da ASA Pernambuco, durante o Encontro Estadual da ASA-PE de 2012. Escute o primeiro programa, que é realizado ao vivo nos intervalos do evento, em Araripina.


 

Cobertura em vídeo do 1º dia do Encontro Estadual da ASA Pernambuco

Crianças da Escola Criativa, de Araripina, abrem o Encontro Estadual da ASA Pernambuco.




Agricultor de Tacaimbó, no Agreste, cata Reisado na abertura do Encontro Estadual da ASA Pernambuco


Coordenadora Estadual da ASA-PE, Neilda Pereira, dá as boas vindas aos participantes do Encontro

Mesa de abertura do Encontro Estadual reafirma a importância da agricultura familiar no Semiárido pernambucano


por Adriana Leal e Mariana Landim – Núcleo de Comunicação da ASA/PE

A abertura do Encontro Estadual da Articulação no Semiárido pernambucano (ASA-PE) foi marcada por discursos que reforçaram a importância da atividade da agricultura familiar no estado. O encontro que começou hoje (09/10) e segue até quinta-feira (11/10),reúne agricultores e agricultoras de várias regiões, na cidade de Araripina, Sertão do Araripe,

A mesa foi composta pela agricultora e presidente do Centro de Habilitação e Apoio ao Pequeno Agricultor do Araripe (Chapada), Rita de Cássia; pela coordenadora executiva da ASA-PE, Neilda Pereira; pelo supervisor local do Projeto Dom Helder Câmara (PDHC), Hélio Nunes; pelo coordenador do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) da ASA, Antonio Barbosa; pelo presidente do poder legislativo municipal, José Reginaldo, mais conhecido como Zé Bolacha; pelo representante da secretaria estadual de Agricultura e Reforma Agrária, Marcos Henrique; pelo representante do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Luiz Pereira; pela representante do Instituto de Tecnologia de Pernambuco (ITEP), Cibele Lucena; pela representante do Polo de Mulheres do Araripe, Nilma Lopes; pela representante dos Sindicatos de Trabalhadores Rurais, Socorro Neto, alémde Vilmar Lermen, que esteve representando os/as agricultores/as.

De acordo com o representante do Governo do Estado, Marcos Henrique, a parceria do governo com a sociedade civil é fundamental para fortalecer a agricultura familiar no estado, e contribuir com a construção de políticas públicas.A presidente do Chapada, Rita de Cássia, mandou o recado para os participantes. “É uma alegria para o Araripe receber um encontro como esse da ASA-PE, então vamos aproveitar essa oportunidade para trocar experiências, debater sobre os temas que fazem parte do nosso cotidiano, e vamos sair daqui plenos de conhecimento”, enfatiza Rita.

Segundo a representante da ASA-PE, Neilda Pereira, é importante refletir sobre a caminhada da ASA, na perspectiva de pensar o futuro da articulação. “Vamos avaliar a história que estamos construindo no Semiárido, pois é completamente possível que os agricultores e agricultoras sejam protagonistas de suas próprias histórias, com muita qualidade de vida”, finaliza.

Boletim O Semiárido n º 01

Boletim O Semiárido nº 01, do dia 09.10.12. Boletim do Encontro Estadual da Articulação no Semiárido Pernambucano (ASA-PE). Uma produção do Núcleo de Comunicação da ASA-PE.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Sertão do Araripe se prepara para receber o Encontro Estadual da ASA Pernambuco


Articulação realizará encontro na perspectiva de fortalecer as políticas e as ações de convivência com a região semiárida do estado

Trajetórias de lutas e resistências para efetivação da cidadania no Semiárido pernambucano. Este é o tema do Encontro Estadual da Articulação no Semiárido de Pernambuco (ASA-PE), que começará terça-feira (09/10) e seguirá até quinta-feira (11/10), no Centro Tecnológico do Araripe, na cidade de Araripina, Sertão do Araripe.

O objetivo do encontro é avaliar a caminhada da Articulação Estadual, a partir das  experiências de convivência, contribuindo para a consolidação das políticas de convivência com o Semiárido pernambucano. Segundo a coordenadora executiva da ASA-PE, Neilda Pereira, o encontro também cumpre o papel de preparar a delegação de Pernambuco que participará do VIII Encontro Nacional da Articulação no Semi-Árido Brasileiro (EnconASA), que ocorrerá no mês de novembro, em Minas Gerais. 

“Esse momento é muito importante na nossa caminhada enquanto ASA-PE, já que o encontro também se propõe a avaliar as ações de convivência com o Semiárido à luz das experiências dos agricultores e agricultoras. A ideia é garantir uma boa discussão considerando os eixos centrais do VIII EnconASA, que é a reafirmação da história que a ASA vem construindo no Semiárido na luta pela efetivação da cidadania”, destaca Neilda.

Além de agricultores e agricultoras familiares, lideranças políticas e sindicais, representantes das organizações da ASA-PE, do Governo do Estado, do poder público local e de movimentos sociais estarão reunidos durante os três dias de encontro. No primeiro dia a programação está prevista para começar a partir das 14h. Na ocasião os participantes poderão debater sobre as grandes secas no Semiárido, e as ações estruturantes e emergenciais para convivência com região.

Na quarta-feira acontecerão dois carrosséis de experiências simultaneamente, onde serão apresentadas e discutidas experiências bem sucedidas no campo da agroecologia, segurança alimentar, sementes, educação contextualizada, política de Assistência Técnica (Ater), economia solidária, comunicação e sistematização de experiências e formas de financiamento: créditos e fundos solidários. Ainda na quarta-feira, haverá uma mesa composta por representantes da ASA-PE e ASA Brasil, que irão discutir sobre os acúmulos, avanços, desafios e perspectivas da articulação para os próximos anos.

No último dia do encontro será formada uma mesa com representantes da ASA-PE e Governo do Estado, para discutir sobre a relação do estado com a sociedade civil na perspectiva da ampliação do projeto de desenvolvimento rural sustentável no estado. Para o coordenador do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) no Chapada, Edésio Medeiros, esse é o momento mais importante da ASA-PE no ano. “Fizemos um debate nos territórios considerando os contextos locais e as experiências desenvolvidas pelas famílias agricultoras. Para o Araripe, sediar um encontro dessa dimensão, aumenta a nossa responsabilidade no fortalecimento dos processos e das políticas públicas de convivência com o Semiárido no estado”, conclui Edésio.

Contato:
Mariana Landim – (81) 9992.4878 | landimmari@gmail.com
Emanuela Castro –  (81) 9193.2315 | comunicacao@casadamulherdonordeste.org.br
Assessoria de imprensa 
Encontro Estadual da ASA Pernambuco

Agricultores do Agreste de Pernambuco se preparam para Encontro Estadual da ASA/PE


Por Catarina de Angola  (Centro Sabiá)

Agricultores e agricultoras do Agreste de Pernambuco reuniram-se nos últimos dias 02 e 03 de outubro, na cidade de Caruaru, no Encontro Territorial do Programa Uma Terra e Duas Águas, realizado pelo Centro Sabiá e Associação de Agricultores e agricultoras Agroecológicos/as de Bom Jardim (Agroflor). As organizações integram a Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA).

Com uma grande participação de jovens e mulheres, na pauta da atividade estavam três eixos discutidos ao longo dos dois dias: Juventude e Assistência Técnica, Comercialização e Segurança Alimentar e Agroecologia. “O encontro que faz parte das dinâmicas da ASA é sempre um encontro muito positivo. Os agricultores e agricultoras se colocam à disposição de discutir e aprofundar temas que são importantes para a continuidade do trabalho no Semiárido”, pontuou Carlos Magno, coordenador local do Centro Sabiá na região Agreste.

No primeiro dia, os/as presentes construíram uma Linha do Tempo da Agricultura Familiar e Camponesa, com foco na construção da história da região. A atividade registrou momentos importantes vividos pelos agricultores, que lembraram de fatos históricos, como as diversas grandes secas ao longo dos últimos quase 100 anos e de momentos como o Fórum Seca e a ocupação da Sudene. Para o jovem Henrique Luiz, 16 anos, da comunidade de Pedra Branca, em Cumaru, o encontro foi de muitas informações. “Foi um encontro onde a gente partilhou bastante experiência e conhecimentos, muita gente não sabia como eu trabalhava e eu vou levar muita coisa que pode ser usada por nós lá na comunidade”, afirmou. Ele destaca a construção da Linha do Tempo como momento mais rico.  “Descobri que as secas vem de período em período e não sabia que acontecia assim. Agora eu sei os períodos que se firmaram essas grandes secas”, disse o jovem.

Ainda no primeiro dia, experiências de cada eixo foram apresentadas. O que gerou debates em grupos. No segundo dia, além de apresentarem os resultados das discussões de grupo, os agricultores e agricultoras trocaram ideias com Verônica Santana, do Movimento da Trabalhadora Rural do Nordeste (MMTR-NE) e com Antônio Barbosa, coordenador do Programa Uma Terra e Duas Águas, da ASA. Eles contribuíram com o debate levantando questões. “A partir dos debates a gente conseguiu enxergar como se deu as conquistas pelos agricultores ao longo desses anos”, disse Roseli Maria da Silva, presidente da Associação dos Agricultores do Sítio Boqueirãozinho, em São Caetano.

Para Antônio Barbosa esse momento é importante para que as pessoas registrem suas histórias. “As pessoas que estão aqui contando a história de 100 anos, que nesse tempo aconteceram coisas boas e não tão boas. Se perderam pessoas, se perdeu produção. Mas também se criou o P1MC, se criou o P1+2. Então fazer o registro disso é legal para a gente saber em que momento a gente está. Ou seja, as coisas elas não começam aqui, elas tem uma caminhada e a nossa participação na caminhada. Porque a história depende muito de quem conta e aqui as pessoas estão contando a história delas mesmas”, pontuou, destacando a construção da linha do tempo.

Encontro Estadual – O Encontro Territorial foi uma das etapas de preparação para o Encontro Estadual da ASA Pernambuco, que será realizado nos próximos dias 09 a 11 de outubro em Araripina, Sertão do Pajeú de Pernambuco. Em Caruaru, nove delegados e delegadas foram eleitos para participar do Estadual, que é uma das etapas preparatórias para o VIII Encontro Estadual da ASA (EnconASA), que será realizado no mês de novembro, em Minas Gerais.“Essa será a primeira vez que vou participar do encontro estadual e tenho certeza que será muito proveitoso. Aqui foi só o começo”, disse a agricultora Fabiana Irene da Silva, de Cumaru, eleita uma das participantes para o encontro estadual.

Agricultoras/es afirmam pouca ação do Estado em combate aos efeitos da seca

Por Emanuela Castro - Assessora de Comunicação da Casa da Mulher do Nordeste

Nos dias 27 e 28 de setembro Afogados da Ingazeira, no Sertão do Pajeú, foi sede do Encontro Territorial da ASA-PE. A Casa da Mulher do Nordeste recebeu cerca de 60 pessoas, com o objetivo de avaliar e fortalecer as ações de convivência com o semiárido no território a luz das experiências das famílias agricultoras na perspectiva da ampliação e consolidação do projeto de desenvolvimento rural sustentável.

Os temas que discutiram foram Soberania e Segurança Alimentar; Grandes secas – Debate das Ações Estruturantes e Emergenciais; Agroecologia “Concepções, experiências e política”; Comunicação e Sistematização de Experiências. A programação contou com a presença da coordenação executiva da ASA-PE, Neilda Pereira que falou sobre o assunto que está atingindo a todos e todas agricultores(as) do Nordeste – A Seca, e o papel da articulação neste contexto. “A ASA-PE é um projeto educativo, e passou a existir a partir da necessidade de criar políticas publicas  para o agricultor e agricultora do campo. Hoje a estimativa é de construir 500 mil cisternas de 16 mil litros d´água. Nós agricultores/as temos que ocupar os espaços  e falar mesmo, da situação que estamos vivendo no Sertão”, disse.

Para a agricultora Maria de Lourdes, da Comissão do Sindicato das Trabalhadoras/es Rurais de São José do Egito, o governo do Estado divulga muitas ações para amenizar a Seca, e que não está sendo realizado. “O governador veio divulgar uma imensidade de ações, milho, bolsa estiagem, credito estiagem, mas e muito falatório e pouca ação. e se o pequeno agricultor  não tivesse  uma reserva  para alimentação do animal, tava sofrendo. Precisamos de uma política  que venha  para o pequeno agricultor/a. Esse decreto acabou  o pequeno agricultor de pegar o milho da CONAB. Os grandes criadores estão se beneficiando , enquanto que os pequenos agricultores  estão  pegando o milho no qual não esta dando para cobrir a demanda”, relatou.

Para a coordenação do Programa Mulher e Vida Rural da Casa da Mulher do Nordeste, Célia Souza é importante refletir sobre a questão da seca e da ação de cada agricultor/a. “Precisamos de alternativas concretas para não sofrer tanto com a seca, se planejar, estocar, guardar, conhecer praticas de convivência com o semi-árido, refletir também a questão da alimentação, os processos de industrialização, o que estamos levando para casa, o que estamos deixando de consumir”, disse.

Outro ponto de destaque foi a discussão sobre segurança e soberania alimentar. “Avançamos muito, mas tem muita coisa para ser feito. Com o governo Lula conseguimos implantar o PAA, compramos o alimento das famílias e repassamos as mesmas. Mas com os produtos industrializados, cerca de 80% das doenças é causada por conta da nossa alimentação”, disse Edésio Medeiros, da ONG Chapada.

No final da programação foi apresentada a experiência do Núcleo de Comunicação da ASA-PE, pela comunicadora Mariana Landim, a estratégia de boletins e divulgação das ações da ASA-PE, como também da realidade que vive os agricultores/as. Em seguida, foi eleita a delegação que irá participar do Encontro Estadual da ASA-PE, em Araripina, nos dias 09, 10 e 11 de outubro.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Cáritas Diocesana Regional NE II e Diocese de Pesqueira realizam Encontro Territorial do Agreste Meridional I e II


Por Adriana Leal - Comunicadora da Diocese de Pesqueira

No período de 28 a 29 de setembro, a Cáritas Diocesana Regional NE II e a Diocese de Pesqueira realizaram o Encontro Territorial do Agreste Meridional I e II, no Seminário São José, em Garanhuns.  O tema do encontro foi Trajetórias de lutas e resistências para efetivação da cidadania no Agreste Pernambucano, e estiveram presentes mais de 80 pessoas.

O objetivo do Encontro Territorial foi avaliar e fortalecer as ações de convivência com o semiárido no território à luz das experiências das famílias agricultoras na perspectiva da ampliação e consolidação do projeto de desenvolvimento rural sustentável.  E dentre os objetivos específicos estão: analisar as experiências de inovação técnica, social e politica em curso nos territórios, confrontando com os modelos de desenvolvimento em disputa na região; promover a troca de conhecimentos e praticas saberes e fazeres, contribuindo para a consolidação das politicas de convivência com o semiárido pernambucano e construir proposições a partir das praticas e iniciativas de inovações no campo da construção coletiva de conhecimentos para o fortalecimento da ASA no território.

Os temas centrais do Encontro Territorial do Agreste Meridional I e II foram: Soberania e Segurança Alimentar;Agroecologia “Concepções, experiências e politica”; Educação Contextualizada; Politica de Ater (construção de conhecimentos); Comercialização agroecológica e economia solidária e Comunicação e Sistematização de Experiências.

No dia 28 foram realizadas seis oficinas: Sementes Soberania e Segurança Alimentar, com o Centro Nordestino de Medicina Popular; Agroecologia “Concepções, experiências e política”, com Samuel, da Cáritas Regional II; Educação no Campo e a Juventude, com a SERTA; Política de Ater, com André Vasconcelos; Comercialização Agroecológica e Economia Solidária, com Ângelo Zanré e Comunicação e Sistematização de Experiências, com Daniel, comunicador do Cecor.

No dia 29 de setembro houve um trabalho em grupo para discutir quais temáticas deveriam ser priorizadas no território; e logo após houve um diálogo do território com ASA/PE, com Neilda Pereira, Coordenadora Executiva da ASA PE e Aldo Santos – Secretario Executivo da Agricultura Familiar.

No Encontro Territorial ainda foram escolhidos os delegados para o Encontro Estadual, que foram 12 para cada território, dentre agricultores e técnicos.