quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

ASA Pernambuco realiza última plenária de 2017 durante encontro em Triunfo


Fortalecer a rede de organizações que compõem a Articulação do Semiárido Pernambucano para continuar melhorando a qualidade de vida da população. Este foi o principal objetivo da última plenária de 2017 realizada pela ASA-PE, no município de Triunfo, Sertão do Pajeú, entre os dias 06 e 07 de dezembro. Estiveram presentes no encontro representantes de 17 organizações.

Como articular as ações das organizações para fortalecer a ASA-PE? Esse questionamento foi o ponto de partida para as discussões e avaliações promovidas, cuja facilitação se deu pela assessora de comunicação da FETAPE, Ana Célia Floriano, com objetivo de dar ênfase à política de Convivência com o Semiárido. 

Logo no primeiro dia de atividades, as organizações foram convidadas a construir, coletivamente, uma linha do tempo das principais ações desenvolvidas nos últimos 11 meses. Em resumo, foram apresentados o I Encontro Saberes da Caatinga, no Araripe; a Semana da Água e do Meio Ambiente, no Pajeú; a 1ª Audiência Pública para a criação da Lei dos Orgânicos; a discussão com a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) para a criação do curso de Bacharelado em Agroecologia, além de atos públicos realizados em vários municípios pernambucanos contra a Reforma da Previdência.

Contudo, as mesmas organizações citaram alguns fatores impeditivos para o desenvolvimento social como a violência contra a mulher, a gestão da água fora da agenda política, a continuidade da perda de direitos, o escárnio do Judiciário, o não funcionamento do Comitê de Estiagem de Pernambuco, assim como o cancelamento dos investimentos por 20 anos.

A ASA-PE, tem reconhecido esses desafios, como ressalta o coordenador executivo, Alexandre Pires "O ano 2017 foi de muitos desafios para nós, organizações e movimentos sociais que atuam no Semiárido, sobretudo, foi um ano desafiante para a classe trabalhadora. Presenciamos um conjunto de medidas e  iniciativas do Governo Federal e do Congresso Nacional, que atacam de forma muito violenta os direitos das trabalhadoras e trabalhadores, como a aprovação da Reforma Trabalhista e da terceirização do trabalho. Fechamos o ano com uma previsão de um orçamento em 2018 com muita fragilidade e de recursos muito pequenos, que não dão condições de avançar na implementação das tecnologias sociais e nos processos de mobilização e formação para a convivência com o Semiárido".

Embora diante de uma conjuntura desafiadora, as organizações e movimentos sociais da ASA, em Pernambuco, e em todo país, se posicionam contra as medidas que retiram direitos e ameaçam as políticas de convivência com o Semiárido. A plenária foi também um espaço de avaliação das ações  desenvolvidas nos territórios ao longo do ano de 2017 e de planejar estratégias de fortalecimento para 2018.

“Um horizonte para o ano de 2018 é construção do IV Encontro Nacional de Agroecologia, que deve acontecer no início de junho, em Belo Horizonte. A presença da ASA Pernambuco e do Semiárido será marcante para denunciar o descaso e desmonte das políticas públicas, mas também para reafirmar esse Semiárido vivo, cheio de conhecimento, de mulheres lutadoras, de juventude aguerrida, de homens e mulheres que constroem a convivência no cotidiano de suas vidas. Além disso, 2018 deve ser um ano eleitoral e nós devemos também apresentar uma agenda importante para as candidaturas a Governo do Estado, a Presidência da República e para os parlamentos estadual e federal”, comentou Alexandre.

Para a coordenadora presidenta da ADESSU Baixa Verde, Raiany Diniz, o cenário desafiador não anula a resistência da classe trabalhadora e das organizações sociais que seguem engajadas na defesa dos direitos do povo do Semiárido.“Estamos sempre na luta para que as crianças, adolescentes, jovens, homens e mulheres tenham os seus direitos garantidos, e principalmente a população rural. O sentimento para 2018 é de perseverança e esperança, pois apesar do cenário crítico, enquanto rede, pretendemos nos articular ainda mais, mobilizar e empoderar as famílias agricultoras em busca de mudanças”, frisou.












Texto: Jéssica Freitas (ADESSU Baixa Verde)
           Tádzio Estevam (Diaconia)

Fotos: Jéssica Freitas (ADESSU Baixa Verde)
          Mailson Rodrigues (Agroflor)
           
          


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